Arquivo do mês: janeiro 2010

Trujillo na área!

Enquanto o ST não volta ao solo brasileiro — e na esperança que um dia isso aconteça com a formação “anos 90” –, vamos curtindo a passagem do grande Robert Trujillo pelo país na turnê do Metallica. Já rolou show em Porto Alegre, ontem teve o primeiro em São Paulo e hoje à noite acontece o último no Brasil, também em Sampa.

Trujillo em Porto Alegra, na última quinta-feira.

É engraçado ver o Trujillo consolidado, definitivamente, em uma banda de metal. Afinal, o cara sempre mostrou ser um baixista de muito suingue, condição explorada abertamente só no Infectious Grooves. Falando nisso, certamente ele exerceu forte influência sobre Mike Muir para levá-lo por outro caminho que não o do ST.

O ex-ST em São Paulo, no sábado. À frente, James Hetfield.

No Suicidal, a fera Roberto Agustin Miguel Santiago Samuel Trujillo Veracruz adicionou pouco dessa pegada groove. Mais claramente, rolaram somente uns slaps em uns solinhos rápidos em Send Me Your Money, do Lights Camera, na regravação de I Saw Your Mommy para o Still Cyco, creio que ficou por aí.

Depois de participar do Lights, do The Art of Rebellion e do Suicidal For Life, além do Still Cyco, Trujillo tomou seu rumo após a dissolução dos Cycos na segunda metade dos anos 90. E acabou entrando na onda mega do Metallica em 2003.

Abaixo o video da audição e contratação dele pela banda, parte do documentário Some Kind of Monster. Detalhe para quando o batera Lars solta essa: “Para mostrar que nós estamos levando a sério, te oferecemos 1 milhão de dólares”.

Boa proposta, não?

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Monsters of Rock – São Paulo – 1994

Graças ao Bruno agora temos acesso ao show histórico do Suicidal na primeira edição do festival Monsters of Rock, em 1994, em São Paulo, a primeira vez em que os Cycos pisaram o solo brasileiro — eles voltariam em 1997 e 2008.

Mike Clark e Rocky George em ação no Pacaembu.

A banda tinha acabado de lançar o Suicidal For Life e já não contava com Ralph Herrera na bateria. Dividiu o palco com os brasileiros Dr. Sin, Raimundos, Angra e Viper; mais os gringos Black Sabbath, Kiss e Slayer.

Robert Trujillo e Mike Muir no Monsters of Rock de São Paulo.

Nada melhor do que alguém que esteve lá no gramado do Pacaembu para nos contar como foi. Sócio do blog e ex-baterista da lendária banda curitibana Pinheads, Dude Munhoz dá o recado:

“Nessa época, show de banda oriunda do punk/hardcore dos Estados Unidos era extremamente raro, assim, este show do ST foi muito bem vindo. Era a turnê do Suicidal For Life. Muir, Rocky, Clark, Trujillo e Jimmy DeGrasso. Set list enxuto. Clássicos mais umas duas ou três do disco novo .

Muir insano, cheio de energia, um front man perfeito para as dimensões do grande palco. Rocky, black man in black, solando sem piedade, uma mão esquerda que se destacava, e muito, dentro de um festival de metaleiros. Clark, boné e bandana azul, mão direita veloz incitando um dos mosh pits mais violentos que o Brasil já teve. Trujillo, contra baixo perfeitamente encaixado na engrenagem cyco, cinco cordas dedilhadas por 10 dedos frenéticos. Jimmy DeGrasso, extremamente virtuoso, preciso, som de bateria perfeito após 30 minutos de soundcheck.

O público fã de ST era composto, basicamente, por jovens na faixa entre os 16 e 26 anos. Skatistas, trashers, hardcoreanos e punks. Diria que apenas uns 15% do público total do Monster foi lá pra ver Suicidal. Eu era um desses.

Me acabei no mosh pit do show dos Cycos. Apenas assisti meio de longe o Slayer. Os demais shows serviram para estocar energia ou para recuperar o fôlego. Afinal, eu estava lá para assistir uma das minhas bandas prediletas. Uma das poucas dos anos 70/80 ainda na ativa, naquela castigada primeira metade da década de 90.

Por uma série de razões, tinha gostado muito do Suicidal For Life (um disco no qual as quatro primeiras músicas tinham a palavra “fuck” no título!). Foi importante assistir essa formação clássica do ST.

Um dia antes do show eu tinha visto o Fugazi no 92 Graus. Saí da apresentação deles direto para o ônibus que deixaria Curitiba rumo à São Paulo.

Fugazi era a mais emblemática resistência politicamente correta do hardcore americano. Suicidal Tendencies era a ovelha mais desgarrada deste mesmo hardcore. Essa diversidade foi saudável para moldar a personalidade musical daquela nossa geração.

Estar inserido no mainstream, ou ser 100% independente, não são características excludentes para, a apresentação do Suicidal e a do Fugazi, entrarem juntas no seleto rol dos shows inesquecíveis deste que vos escreve…

And remember: cool is only 3 letters away from fool”.

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DOWNLOAD DO SHOW

PARTE 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

PARTE 2

1 2 3 4 5 6 7 8 9

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SET LIST

Suicyco Muthafucka
War Inside My Head
Lost Again
Send Me Your Money
Join the Army
Fucked Up Just Right
I Saw Your Mommy
Lovely
Possessed to Skate
How Will I Laugh Tomorrow
Pledge Your Allegiance

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Posters – 4

Mais um poster do ST fase Lights, Camera… Revolution! Formação preferida da maioria dos fãs, com George, Clark, Muir, Herrera e Trujillo. Boa pose em algum pico de Los Angeles, com a cidade ao fundo. Destaque (sempre ele), para a regata (ou camisa cortada) do batera, com o símbolo da Dogtown, marca de skate de Jim Muir, irmão de Mike e um dos integrantes  dos Z-Boys, lendária turma de skatistas.

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Posters – 3

O poster está picotado, mas vale o registro. Suicidal fase Join the Army, com Rocky George e Ralph Herrera já na banda, antes da entrada de Mike Clark. Além da dupla, os dois fundadores Muir e Mayorga.

Digamos que o fotógrafo não foi muito feliz ao aprumar a foto. Afinal, a guitarra laranja (?) do George chama mais atenção do que qualquer outra. Só perde, para olhares mais atentos, para o visual sempre “arrojado” do saudoso baterista chicano surf Herrera.

Destaque também para as camisetas lendárias da turnê Join the Army.

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Flashing Pictures – 19

Abaixo outra foto da sessão que reproduziu a clássica capa do primeiro álbum para o Still Cyco After All These Years, a regravação 10 anos depois.

O registro é de Chris Cuffaro, fotógrado que, além do Suicidal, clicou uma infinidade de artistas e grupos legais. Da turma do grunge, não escapou ninguém: Nirvana, Soundgarden, Alice in Chains e Pearl Jam, todos na explosão do começo dos anos 90. Entre os preferidos do blog, pintaram também Helmet, Red Hot Chili Peppers e Pixies.

Mas, voltemos ao ST. Nada muito diferente do que estampou a frente do disco, apenas com um efeito transado. No mesmo globo, em Playa Del Rey, agora durante o dia, estão Rocky George, Mike Clark (em pé, e não agachado como na capa), Muir (pendurado como em 83) e Robert Trujillo. Ralph Herrera participou da gravação, mas deixou a banda antes do lançamento.

Pena que o globo não existe mais. Do contrário, certamente seria um ponto de peregrinação para os fãs do grupo e um problema para os hospitais da região. Afinal, seria uma grandeza o tanto de gente querendo ficar de ponta cabeça, e se dando mal, para uma foto histórica.

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Skate no palco

Cortesia do amigo Dude. Showzinho da banda americana Skate Death, lá pelos idos dos anos 80. Ao fundo, uma faixa do ST. Detalhe para o Bigode na batera.

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Caneca Cyco!

Já estamos caminhando bonito por 2010, mas vale a lembrança. Presente Cyco que o camarada Franco recebeu da namorada no natal do ano passado. A  caneca é exclusiva, feita por encomenda, coisa finíssima.

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Camisas clássicas à venda

Estou sempre ligado no Ebay à procura de produtos relacionados ao Suicidal. De vez em quando, pintam algumas coisas interessantes, como é o caso das duas camisas abaixo.

Botando fé no vendedor, são duas peças de mais de 20 anos — e elas aparentam mesmo ter a idade alegada. Coisa finíssima, mas apenas para fãs milionários e excêntricos, já que, juntas, as duas valem 719 dólares (ou mais de 1.300 reais). Se eu ganhasse na Mega Sena, faturava ambas. Ainda não tive essa sorte, quem sabe um dia…

Dois trabalhos clássicos do Ric Clayton, o cara que inventou o logo do nome do Suicidal, desenhava os flyers e a infinidade de caveiras que estampou camisas do grupo e dos fãs (estas rabiscadas direto no tecido).

A primeira, segundo o autor, é de 1983 e sai por 450 dólares. A segunda, de dois anos mais tarde, 1985, está bem mais “em conta”, somente 269 dólares.

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Tretas no sofá de casa

Tantas vezes já falamos de gangues por aqui (da relação ou não delas com o ST) que decidi fazer um texto com filmes sobre o tema. E vejam bem, não são “dicas”, pois, dos três, só um eu indico mesmo para quem ainda não viu.

Comecemos pelo melhor disparado. Dirigido pelo malucaço Dennis Hopper,  Colors (As Cores da Violência)  é um clássico do assunto. Lançado em 1988, retrata a rotina de dois policiais de uma divisão especial de rua em LA: o experiente, manhento e conformado Bob Hodges (Robert Duvall), parceiro do novato, frenético e cumpridor Danny McGavin (Sean Penn).

Partindo daí, “passeamos” por duas horas a bordo da viatura da dupla pelas quebradas do condado, especialmente por South Central, área de conflito de Bloods e Crips. De leve, algumas tretas com gangues latinas, uma delas com um malandro envergando uma bandana idêntica a do Suicidal.

Alguma relação com a banda ou mera coincidência?

De quebra, tudo isso (e mais, como a crise de postura entre os meganhas) costurado pela trilha sonora composta pelo gênio Herbie Hancock. Também chamada Colors, a música do rapper Ice-T é o grande destaque.

Seguindo em ordem cronológica, um filme de 1993, chamado Blood In Blood Out (Marcados pelo Sangue). Conta a história de três moleques hispanos, apelidados Cruz, Paco e Miklo, em busca de sua identidade cultural. Nada de atores conhecidos na peça.

Esse vale mais pelo cenário. Saímos do território dos blacks de Colors e caímos na área de mexicanos (principalmente), porto-riquenhos, cubanos etc. Para quem está longe, e nunca circulou por lá, vale o passeio cinematográfico.

Em Marcados pelo Sangue, os latinos comandam.

Mas é só o que presta. A história e o roteiro são fracos, não sabem pra onde vão, o que torna o filme ainda mais longo do que as intermináveis três horas de duração.

Por fim, o mais recente, de 2007. Splinter (Gangues de Los Angeles) tem ao menos uma cara conhecida, a do ator Tom Sizemore, de O Resgate do Soldado Ryan, entre outros.

Porém, pode ser avaliado na mesma linha do anterior. Se salva apenas a viagem, sentado na poltrona de casa, até onde as broncas das gangues acontecem.

A trama é fraca. Nela, o policial Cunningham investiga uma série de assassinatos sinistros, sem saber se são obra de uma serial killer, ou fruto da guerra dos grupos do leste de Los Angeles. Infelizmente, o desenrolar não é nada empolgante.

Seguem os trailers:

Colors

Blood In Blood Out

Splinter

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Flashing Pictures – 18

* with english version below.

Gosto muito dessa foto. É um dos poucos registros em que o ST aparece na praia. Algo que, para uma banda local de Venice Beach, e tão identificada com a sua origem, não deveria ser tão raro. Não sei quem foi o responsável pelo clique, mas são gigantescas as chances de ela ter sido tirada por Glen Friedman.

Poucas, mas sensacionais as fotos do ST em seu habitat natural. O que dizer da peça que ilustra a capa do primeiro álbum, reproduzida, dez anos depois, para o Still Cyco?

.

Provavelmente ao lado do pier de Venice, sobre as pedras, estão Muir (largado), Smith (desajeitado), Nelson (desafiador) e Mayorga (low-profile) — detalhe para respingos de uma onda que estourou, no canto direito.

Formação de 1983 a 84 que cavou um lugar na cena para o Suicidal. Com um disco de estreia desacreditado debaixo do braço, contra o descrédito da mídia, costurando as desavenças com outras bandas e se esquivando do ódio e da violência das gangues.

Chama a atenção o bonézinho do Nelson. À época, sempre feito com as próprias mãos. Mais tarde, essa onda (da aba do boné virada pra cima, mostrando alguma inscrição) viraria símbolo do ST e febre entre os fãs nos truckers hats dos anos 80.

*************ENGLISH VERSION*************

I really like this pic. It’s one of not so many photos avaliable that contains ST on the beach. And the scenario shouldn’t be so rare, for we’re talking about a band formed and raised in Venice Beach, the place they are really related to. I’m not sure who shot the pic, but it was probably Glen Friedman.

Even is there aren’t so many ST photos in their natural habitat, they are still terrific, though. What shall we say about the one that’s in the cover of their first album, that was released 10 years later for Still Cyco?

This pic was probably shot next to the Venice pier, standing in the stones, you can see Muir, Nelson and Mayorga – zoom on the splash caused by a wave, on the right corner.

The 1983-84 line-up dug a spot in the scene for Suicidal. Carryin’ a discredit debut album, also against the discredit of the media, sewing disagreements with other bands and avoiding the hate and the violence brought by the gangs.

Nelson’s tiny cap is another thing to pay attention – back then, those werer always drawned by hand. Later, this ‘style’ would turn out to be the ST symbol and become a fever among the fans wearing trucker hats in the ‘80s.

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